O comportamento de sua mãe mudou
Durante a gravidez, Dorothy parecia muito contente por se tornar mãe, mas ela rapidamente perdeu o interesse depois que Anna nasceu. Ela mal interagia com a garota, mas essa não era a única coisa pela qual ela estava desinteressada…
Como Dorothy não passava nenhum tempo com a filha, o esperado era que ela tivesse bastante tempo para cuidar de si mesma e para se dedicar ao seu trabalho, certo? Mas, infelizmente, ela passava o dia todo em casa fumando cigarros.
Desapareceu
Isso continuou por alguns anos. John detestava o comportamento de sua esposa, mas não sabia o que fazer. Ele esperava que fosse apenas uma fase, mas logo ficou claro que não era o caso.
Certo dia, John acordou sozinho em sua cama de casal. Ele estranhou, já que sua esposa sempre acordava depois dele. John se levantou para procurá-la, acordando Anna no processo. A casa parecia estar em ordem, mas Dorothy não estava em lugar algum…
A procura
Depois de revistar a casa, John e Anna (que tinha cerca de 8 anos na época) saíram pela vizinhança perguntando se alguém tinha visto Dorothy sair naquela noite. Felizmente, um dos vizinhos tinha algumas informações:
Por volta da 1h30, ele viu Dorothy sair de casa, sem nenhuma mala ou pertences. Depois de cerca de dez minutos, um carro de luxo parou na frente dela. O motorista desceu e abriu a porta do passageiro para Dorothy, curvando-se enquanto ela entrava no veículo. Então, eles foram embora…
Pra onde ela foi?
Infelizmente, o vizinho não pensou em anotar a placa do carro e nem sabia qual era o modelo. Sem essas informações, não era possível iniciar uma investigação policial, o que deixou Anna e John sem notícias durante semanas. Até que, certo dia, eles receberam uma carta com o nome de Dorothy…
Na mensagem curta, ela explicou que havia deixado a família porque se apaixonou por outro homem – alguém muito mais rico que John – e iria viver a vida que merecia.
Não podia ser verdade
Depois do choque inicial após ler a carta, John começou a notar alguns detalhes estranhos. A mensagem foi escrita com caligrafia, mas não era a letra de Dorothy. O texto também continha palavras que ele nunca ouviu a esposa usar.
Com essas suspeitas, John foi novamente à polícia, mas não obteve sucesso. Para os oficiais, a carta condizia com o relato do vizinho, e era uma justificativa plausível para a fuga de Dorothy.
A polícia encerrou o caso
John não estava convencido. Ele queria continuar em busca de sua esposa e de respostas, mas isso exigiria tempo e dinheiro – recursos que ele não possuía, principalmente agora que tinha que cuidar da filha sozinho. Sem ter outra escolha, John tentou se
convencer de que a carta era verdadeira e decidiu deixar aquilo de lado. Ele precisava se concentrar em seu trabalho para sustentar a si mesmo e à filha.
Vida que segue
A vida dos dois continuou assim por mais alguns anos. Eles não tiveram mais notícias sobre Dorothy e
lentamente começaram a esquecê-la. E com o vazio deixado por ela, outra mulher aproveitou esta oportunidade para conquistá-lo…
John começou um novo relacionamento com uma bela jovem, e não demorou muito para que essa moça e seu filho passassem a morar com John e Anna. Esse seria um novo capítulo na vida de Anna, mas não era um capítulo feliz…
Nova fase da vida
Enquanto John e sua nova namorada estavam muito felizes, Anna se sentia cada vez pior. Era óbvio que a mulher só tinha olhos para o próprio filho e via Anna como um incômodo em sua vida perfeita com John.
Quando Anna ficava sozinha com a madrasta, ela era maltratada, insultada, e sequer era alimentada. Ela pensou em contar ao pai inúmeras vezes, mas não queria arruinar a felicidade dele. A única solução para Anna era sair de casa. Mas como?
A carta
Certo dia, a campainha tocou enquanto Anna estava sozinha em casa. Seu pai estava no trabalho e sua madrasta havia levado o filho para fazer compras. Anna abriu a porta e recebeu um pequeno pacote, sem nome e sem endereço.
O pacote continha uma carta endereçada a Anna, um lindo colar cravejado de diamantes e um porta-retratos com uma foto de sua mãe usando o mesmo colar que ela tinha em mãos. Ainda confusa, Anna começou a ler a carta…
A explicação
A carta dizia que Dorothy havia morrido há 2 meses e que o funeral já havia ocorrido, mas sem dizer onde ela foi enterrada. Também explicava que os itens que Anna recebeu foram deixados para ela no testamento de Dorothy.
Anna ficou surpresa – depois de quase 7 anos sem notícias da sua mãe, ela não esperava descobrir repentinamente que ela havia falecido. Isso a deixou muito triste, mas logo, ela teve uma ideia oportunista.
Anna não queria fazer isso
Como o maior obstáculo para que Anna saísse de casa era o dinheiro, Anna teve a ideia de vender o colar para conseguir seu objetivo.
Mas ela tinha alguns receios – este colar era uma de suas únicas lembranças de sua mãe. Será que isso realmente valeria a pena? Ainda indecisa, Anna decidiu levar o acessório para uma avaliação assim mesmo, nem que fosse apenas para descartar a sua curiosidade sobre seu valor.
Descobriu o valor
Anna levou o colar a uma joalheria local para ter uma ideia de quanto valia. Para sua surpresa, ela descobriu que o colar era falso. Ele era composto quase exclusivamente de metais baratos e vidro. Mas, o mais surpreendente era um pequeno detalhe no ornamento desse colar – o grande pingente de vidro era, na verdade um diamante muito valioso. O joalheiro não conseguia entender por que alguém colocaria um diamante em um colar falso.
A melhor solução
Para Anna, isso era perfeito. Ela poderia vender a pedra preciosa para financiar sua fuga, e poderia manter o resto do colar
como uma lembrança de sua mãe. Então, Anna fez as malas naquela noite e saiu de casa sem contar a ninguém. Depois de alguns dias, ela estava do outro lado do país, pronta para começar uma nova vida: ela conseguiu um emprego, um local para morar e até mesmo um companheiro. Seu passado havia ficado para trás.
Ela começou a usar o colar
Muito tempo se passou, Anna e seu marido se aposentaram e seus filhos já haviam se mudado. A vida de Anna era ótima, e ela sempre usava o colar de sua mãe que tornou tudo isso possível.
Certo dia, Anna andava de bicicleta quando um carro surgiu repentinamente. O motorista perdeu o controle e acabou derrubando-a no chão. Ela não sofreu ferimentos graves, mas o colar de sua mãe se despedaçou. Anna estava prestes a chorar, mas ela notou algo…
Encontrou uma chave pequena
Dentro do pingente, estava escondida uma chave – com o nome de Anna gravado nela. Qual seria o significado disso? Será que isso era obra de sua mãe?
Ela voltou para casa pensando no único outro item que poderia conter respostas: o porta-retrato de sua mãe.
No verso da foto, ela encontrou uma sequência de números que pareciam ser coordenadas. Anna imediatamente arrumou suas coisas e partiu em busca daquele local.
O que a aguardava?
Anna chegou a um depósito que continha um enorme cofre – e logo descobriu que sua chave o destrancaria. Dentro dele, havia várias caixas de papelão e uma carta.
A carta era de sua mãe, e começava com um pedido de desculpas por ter partido e deixado Anna para trás. Ela contou como sofreu com a depressão pós-parto quando ela nasceu, e como o pai de Anna a maltratou durante esse período.
Uma mensagem de sua mãe
Na carta, sua mãe também contava sobre como se apaixonou por outro homem, que se aproveitou do seu estado de espírito frágil para iludi-la. Ela acreditava que ele a ajudaria a se reunir com Anna, então aceitou ir morar com ele.
Quando ficou claro que ele não pretendia tratá-la melhor e nem cumprir essa promessa, Dorothy criou um plano para fugir de lá e para garantir o futuro da filha ao mesmo tempo.
Enfim, paz
No fim da carta, ela conta que roubou uma pequena parte da fortuna daquele homem e fugiu para bem longe, deixando essa reserva guardada para que Anna a encontrasse algum dia. Anna não conseguia acreditar – depois de tantos anos acreditando que sua mãe não se importava com ela, a verdade finalmente havia sido revelada.
Por fim, o cofre também continha as informações de onde sua mãe havia sido enterrada. Agora, Anna compreendia sua mãe, e agradecia profundamente pelo seu amor.